Carta à Familia Dominicana da Europa

Queridas irmãs e irmãos da Família Dominicana na Europa,

Nas minhas recentes reuniões convosco, haveis expressado a vossa preocupação pela evolução actual da sociedade na Europa. Nos lugares onde Cristo vos envia a pregar, nas experiências que vos confiam aqueles com quem vos relacionais, nas noticias que escutais nos meios de comunicação, sois testemunhas de situações que são contrárias à mensagem do Evangelho e à doutrina social da Igreja. Este contexto preocupava-os e questiona-vos. O colóquio sobre a pregação da Ordem, que teve lugar em Colónia no passado mês de outubro, tinha como título «Santa pregação: o nosso desafio numa Europa frágil». Os nossos queridos irmãos da Ucrânia vivem hoje em dia um grave conflito. Tudo isto vos leva a preocuparem-se com a paz e a justiça no continente europeu.

A nossa tradição dominicana é rica em personalidades que, de diversas maneiras, incorporaram na sua pregação mensagem evangélica da paz e da justiça. Apenas menciono nomes como de Bartolomeu de las Casas, Jean-Joseph Lataste, Giorgio LaPira, Vincent McNabb, Louis-Joseph Lebret, Laure Sabès, Patrik Kùzela, Aurelius Arkenau, Mikulás Lexmann, Dominique Pire, Marchal Czartoryski, Hijacint Boðkovió, Anna Abrikosova e muitos outros. Durante a sua curta vida, Catarina de Sena também tratou de levar uma mensagem e paz, tanto no interior da igreja como na sociedade. Não é portanto uma surpresa que tenha ido eleita como uma das co-padroeiras da Europa, um continente cuja história está marcada por tantas lágrimas e conflitos entre os povos.

Em resposta a estas preocupações e ao compromisso da Ordem com a justiça e a paz e neste momento da história em que a Europa parece estar a dividir-se uma vez mais, os irmãos e irmãs dominicanos apresentaram duas iniciativas que desejo apoiar. Por um lado, os promotores de Justiça e Paz europeus publicaram um texto de reflexão para sensibilizarmos sobre a evolução do clima social na europa. Por outro lado, um grupo de irmãos e irmãs prepararam uma oração pela Europa, confiando as pessoas do nosso continente a Deus por intercessão de Santa Catarina de Sena. Encontrareis esses dois documentos como anexo a esta carta e no website www.op.org. Convido-vos a difundi-los, podendo traduzi-los na vossa própria língua e a utilizá-los o mais amplamente possível entre as comunidades da família dominicana, entre todos os que frequentam as nossas igrejas, capelanias, escolas, e entre todos os que encontrais nas vossas actividades. Também vos convido a publicarem-nos nos nossos sites de internet. De uma forma especial, convido-vos a rezar a oração pela Europa por ocasião da Festa de Santa Catarina de Sena, a 29 de abril.

Permito-me repetir aqui o grito desgarrado que o nosso irmão Ludwik Wisniewski pronunciou durante a sua homenagem a Pawel Adamowicz, presidente da Câmara de Gdansk, assassinado a 14 de Janeiro deste ano: «Devemos parar os discursos de ódio, o desprezo, as acusações infundadas. Não sejamos indiferentes ao veneno do ódio que prolifera pelas ruas, nos meios de comunicação, na internet, nas escolas, no Parlamento, e também na igreja. Aqueles que falam a linguagem do ódio e constroem a sua carreira sobre mentiras não podem exercer nenhuma responsabilidade». Estas palavra chamam  cada um de nós à conversão e à responsabilidade para que, individualmente e como família dominicana, sejamos dignos mensageiros do Príncipe da Paz.

Unidos em oração, desejo-vos um bom caminho em direcção à Páscoa, o vosso irmão em São Domingos,

Fr. Bruno Cadoré OP

Mestre da Ordem

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