Joana de Portugal era a filha mais velha de D. Afonso V, rei de Portugal e de sua esposa, a rainha D. Isabel de Avis. Nasceu em Lisboa, a 6 de Fevereiro de 1512. Vivia então Portugal em plena era dos Descobrimentos. Orfã de sua mãe desde os quatro anos de idade, procurou desde tenra idade praticar as melhores virtudes humanas e cristãs, sendo precocemente muito devota. Tinha grande desprendimento das grandezas da Corte onde foi educada pela sua tia D. Filipa de Lencastre, que era recolhida – sem professar, no Mosteiro de Odivelas. Vivendo e cultivando uma profunda piedade e vida espiritual interior, desenvolveu uma franca devoção à Paixão de Cristo e uma sincera caridade em favor dos mais pobres e necesssitados. Para manifestar tal sentido de vida, escolheu como distintivo pessoal uma coroa de espinhos.
Aos dezanove anos, com permissão do pai, recolheu-se ao Mosteiro de Odivelas, das freiras bernardas; contudo, em 4 de Agosto de 1472, apesar da resistência do irmão, o futuro rei D. João II, e dos nobres da Corte, deu entrada no Mosteiro de Jesus, em Aveiro, de monjas dominicanas. Ali viveu em austeridade claustral, sob o hábito de S. domingos até à sua morte, em 12 de Maio de 1490, com trinta e oito anos de idade. O seu cadáver foi então depositado em campa rasa, no coro baixo do mesmo convento, contíguo àrespectiva igreja.
Logo após o seu falecimento, o povo de Aveiro começou a venerá-la como santa, considerando-a mesmo, mais tarde, como protectora da cidade, tal como o fora em vida, lutando pela liberdade e direitos dos seus habitantes. O seu culto foi confirmado pelo papa Inocêncio XII em 4 de Abril de 1693; e o papa Paulo VI , em 5 de Janeiro de 1965 declarou-a oficialmente como padroeira da Diocese e da cidade de Aveiro.