Dezenas de historiadores, investigadores, estudantes, bem como frades, religiosas e leigos dominicanos, participaram nas primeiras Jornadas de História sobre os Dominicanos em Portugal.
Tendo decorrido no Museu de Aveiro – antigo Convento de Jesus das monjas dominicanas, aquela iniciativa conjunta d0 ISTA – Instituto São Tomás de Aquino e do Centro de História Religiosa da Universidade Católica contou com várias apresentações e estudo académicos sobre a presença da Ordem dos Pregadores em Portugal por ocasião do Jubileu dos 800 anos da Ordem que neste ano se assinala.
Foram apresentadas comunicações sobre investigações históricas em áreas tão diversas como sejam os escritos de dominicanos existentes em bibliotecas e fundos de outras instituições, um estudo sobre as iluminuras dos livros que eram copiados no scritporium feminino do Mosteiro de Aveiro; as influências do Canadá e da história da sua província na restauração da Província dominicana em Portugal no século XX; a profícua e fundamental historiografia levada a cabo pelos frades dominicanos Fr. Raúl Rolo e Fr. António do Rosário; um interessante estudo sobre a contribuição dos dominicanos para a renovação da arte e arquitectura religiosa portuguesa mediante as fundações feitas no século XX (Porto, Fátima, Capela do Olival e Lisboa); o envolvimento dos teólogos dominicanos portugueses no século XVII em disputas reológicas; e um síntese sobre o que se conhece do início da presença e primeiras fundações dominicanas em Portugal. Presente também o Arquivista Geral da Ordem, que disponibilizou a sua colaboração para desde Roma auxiliar as investigações que sejam feitas sobre Portugal, dada a provavel relevante documentação existente em tal arquivo.
Em termos gerais foram umas jornadas muito participadas e que interessaram a quem a elas assistiu, dando conta de várias linhas de investigação histórica, deixando em aberto e em desafio o seu prosseguimento futuro. Deu-se conta e alertou-se de que muito ainda há fazer dado ser uma das ordens religiosas sobre as quais ainda tanto se desconhece na sua implementação, funcionamento, relações com os poderes eclesiásticos e políticos, formas de missionação e pregação, etc, abrindo-se inúmeros campos de novas investigações, que tão necessáriass são para um melhor conhecimento, seja das realidades de séculos passados, seja mesmo sobre os tempos mais recentes da restauração da Província, já no século XX.
De assinalar o mágnifico espaço onde as jornadas decorreram, que é dotado de excelentes condições bem como a presença e acolhimento prestado pelo director do Museu de Aveiro, José António Christo, que a todos acolheu de forma modelar, realizando ainda uma visita pormenorizada ao magnífico e bem instalado museu, onde a figura de Santa Joana Princesa é naturalmente o centro das atenções e o motivo da sua existência.